Artigo escrito por nosso nutricionista Wanderson Lima.

Um novo estudo publicado no Medscape, e baseado principalmente em dados coletados ao longo de 15 anos a partir do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), sugere que pacientes com insuficiência cardíaca (IC) podem reduzir o risco de morte cardiovascular ao distribuir melhor o tempo entre sua primeira e última refeição ou lanche do dia, independentemente da ingestão calórica diária. 

Os participantes do estudo, quase 1000 pacientes que estavam em tratamento médico para IC, relataram um período médio de alimentação diária de 11 horas e uma média diária de quatro “ocasiões de alimentação”, definidas como refeições ou lanches com pelo menos 50 calorias.

Um período de alimentação diária de 11 horas ou mais, em comparação com menos de 11 horas, resultou em uma redução de mais de 40% no risco de mortalidade cardiovascular ao longo de 5 a 6 anos.

A análise foi ajustada para ingestão calórica, número diário de ocasiões de alimentação, índice de massa corporal (IMC), histórico de doenças cardiovasculares e câncer, diabetes e outros possíveis fatores de confusão.

Pesquisas anteriores, em grande parte com indivíduos saudáveis, sugerem que o jejum prolongado durante o dia está associado a menos atividade física. Portanto, pode ser que pessoas com IC que distribuem a ingestão calórica ao longo do dia sejam mais ativas.

Isso pode explicar por que um período de alimentação mais longo pode ter benefícios metabólicos indiretos e ajudar a preservar a massa magra, possivelmente reduzindo o risco cardiovascular em um grupo de pacientes em risco de perda muscular.

Esses achados se somam às evidências anteriores que sugeriam que janelas diárias de alimentação expandidas, especialmente com a última refeição à noite em vez da primeira, podem melhorar o condicionamento cardiovascular de pacientes com obesidade.

Como nutricionista, no entanto, a minha orientação é que pessoas com insuficiência cardíaca tomem cuidado quando tentarem seguir uma dieta por conta própria. É fundamental procurarem a ajuda de um profissional especializado para que ele faça uma análise minuciosa do seu caso. Apenas um atendimento personalizado pode evitar riscos e problemas futuros.