Menor marca-passo do mundo tem tamanho semelhante ao de um comprimido de remédio, metade do tamanho convencional

Um idoso do Distrito Federal recebeu o menor marca-passo do mundo e se tornou um dos 10 brasileiros a receber a tecnologia inovadora lançada no país no fim de 2021.

O Micra, menor marca-passo do mundo, tem o tamanho de um comprimido, cerca de 2 cm, e não utiliza cabos. Uma bateria acoplada a ele é responsável pelos estímulos elétricos do coração por até 12 anos.

O implante é considerado inovador, marca um novo momento da cardiologia no Distrito Federal e traz um cenário inovador para pacientes com doenças cardíacas que dependem do estímulo artificial dos batimentos do coração.

Avanço tecnológico do menor marca-passo do mundo

O novo marca-passo é um avanço tecnológico importante, segundo o cardiologista e fundador da Clínica Amplexus, Fabrício da Silva, por diversos fatores. “Pelo tamanho e ausência de fios, o Micra é implantado com um procedimento menos invasivo, via cateter nos vasos sanguíneos. Além disso, há uma redução enorme no risco de infecções e de deslocamento do dispositivo”, explica.

Marca-passos convencionais têm, em média, o dobro do tamanho do Micra e fios acoplados. Dependendo do paciente, a cirurgia para implante é de risco e as complicações, ao longo dos anos, podem se tornar um problema para o paciente.

Os dispositivos atuais têm mais risco de infecção por estarem próximos à pele e, também, pelos cabos conectados. Além disso, nem todo paciente tem veias com condições suficientes para o transporte do marca-passo e seus cabos, de forma que cirurgia para implante precisa ser com o peito aberto para implantar o aparelho diretamente no coração.

Como funciona o marca-passo

O marca-passo é indicado para pacientes que têm problemas de erros nos batimentos do coração. Ele força o movimento que o músculo cardíaco não consegue fazer, garantindo o bombeamento correto do sangue para o corpo.

Depender desses estímulos do dispositivo implantado é uma situação cada vez mais comum com o envelhecimento da população, aponta o cardiologista Fabrício da Silva.

“Uma das principais demandas de estimuladores artificiais do coração é a doença do nó sinusial, comum quando falamos em envelhecimento da população. Nesses casos, o idoso perde a capacidade de condução dos estímulos elétricos e necessita do uso do marca-passo para se manter vivo”, revela o médico.

Cirurgia no DF

O procedimento realizado no Hospital do Coração do Brasil, no Distrito Federal, foi o primeiro do Centro-Oeste e foi considerado um sucesso. O paciente foi acordado ainda na sala da cirurgia, após o implante do menor marca-passo do mundo, e teve uma ótima recuperação inicial.

Ele tinha histórico de trombose nos braços, outras comorbidades e apresentava alto risco de infecção. Se tivesse sido implantado um marca-passo convencional, ele poderia desenvolver coágulos e teria um maior risco de embolia pulmonar. O idoso já tinha passado por diversos eventos cardíacos e internações.

Atualmente, o Micra tem sido implantado apenas em pacientes com risco alto para o marca-passo convencional, mas a expectativa dos médicos é que pacientes jovens também possam utilizar a nova tecnologia em breve.

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